Como funciona? Eu liguei pro Sommer e perguntei se tinha algum look que poderíamos fazer pro desfile dele, Inverno 2011, na SPFW. Ele disse que sim. Aí eu fui até ele e conver$amos; voltei pro ateliê com os croquis e tecidos. Foram 5 looks e 5 reformas que eu fiz. Alguns caíram na edição (David Pollak);
mto gatos - Aí eu já havia levado de volta pra eles as pilotos no algodão crú a serem avaliadas; modelagem, soluções de acabamento e o próprio design; o Sommer tá fazendo uma curva na lateral da peça; o Ricardo Tupinambá tava ajudando e eu pedi pra ele virar pra foto; :p
Depois disso atualizei os moldes e fomos pro corte e costura das peça finais;
Veja o mapa (antes do molde) da parte de cima de um vestido (na metade depois espelha pq é simétrico);
Abrí o volume dos franzidos;
Espelhei, passei a limpo, aí tem as 3 camadas de saia; corte, costura, acabamentos;
Aqui quase pronto, faltavam alguns acabamentos;
na passarela;
Voil, para um vestido de 3 godês sobrepostas;
Com o styling, a bermuda eu que reformei também;
Moulage do Blazer, particularmente elogiado no Globo. A Jú que linda focada;
Duas partes distintas - a da esquerda com caimento de casaco e a da direita acinturada como um blazer; Só na moulage mesmo.
Esse colete deu muito trabalho (as outras metades do blazer); fiquei horas só solucionando- essa parte vazia preenchi com a manga do casaco, inclusive a gola e a cava, foi punk. Pena que os sites de moda não põem as costas dos looks.
Esse fechou o desfile; A gente armazena os moldes em envelopes.
***
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Fluidez e Qualidade
Engraçado,
eu tava lendo um livro do Bergson que fala que o nosso cérebro, como já sabemos, percebe o tempo e o movimento em flashes sequenciais.
O tempo, para nós, são vários momentos sobrepostos. Mas ele disse que isso está em desacordo com a realidade. Que o momento é uma parada virtual do tempo.. O tempo, na verdade, não pode ser sobreposto assim, ele é fluido. Isso é muito legal e ajuda muito na nossa busca por qualidade.
Outro livro que eu li (O Artífice, que significa artesão - aloca), mostra como o planejar algo pode empobrecer o resultado; que as peças feitas nelas mesmas, parte por parte (seria como uma criação na moulage) trás resultados mais coerentes e incríveis. O planejamento seria pensarmos só nos momentos, em técnicas já dadas, o que tira a fluidez do processo. Tudo pode acontecer.
Tudo é possível, pois nada está dado; o objetivo (plano) é uma ilusão. Temos que fazer as coisas do modo que elas devem ser feitas na hora, no local, acontecendo, fluindo. A pré-determinação é uma bobagem, frustrante e triste. “E se?”? Existe. Precauções e intuições. Partem do que está fluindo. Percepções íntimas do movimento que permitem o manejo. Ginga. Dança. Saltos e obstáculos. O mundo não é, ele vive. Pulsa e despulsa ao mesmo tempo num “jorro eterno de novidade”.
Não adianta tentar prever, o negócio é viver mesmo.
O que isso tem a ver com a construção de roupas? Sei lá, talvez ajude a gente a se preocupar menos com o padrão que já existe. Descobrir meios e soluções que sejam adequados àquela peça sim si.
E na criação, a troca do rearranjo do preexistente pela novidade radical.
Chique.
eu tava lendo um livro do Bergson que fala que o nosso cérebro, como já sabemos, percebe o tempo e o movimento em flashes sequenciais.
Imagem: Raquel Uendi
O tempo, para nós, são vários momentos sobrepostos. Mas ele disse que isso está em desacordo com a realidade. Que o momento é uma parada virtual do tempo.. O tempo, na verdade, não pode ser sobreposto assim, ele é fluido. Isso é muito legal e ajuda muito na nossa busca por qualidade.
Outro livro que eu li (O Artífice, que significa artesão - aloca), mostra como o planejar algo pode empobrecer o resultado; que as peças feitas nelas mesmas, parte por parte (seria como uma criação na moulage) trás resultados mais coerentes e incríveis. O planejamento seria pensarmos só nos momentos, em técnicas já dadas, o que tira a fluidez do processo. Tudo pode acontecer.
Tudo é possível, pois nada está dado; o objetivo (plano) é uma ilusão. Temos que fazer as coisas do modo que elas devem ser feitas na hora, no local, acontecendo, fluindo. A pré-determinação é uma bobagem, frustrante e triste. “E se?”? Existe. Precauções e intuições. Partem do que está fluindo. Percepções íntimas do movimento que permitem o manejo. Ginga. Dança. Saltos e obstáculos. O mundo não é, ele vive. Pulsa e despulsa ao mesmo tempo num “jorro eterno de novidade”.
Não adianta tentar prever, o negócio é viver mesmo.
O que isso tem a ver com a construção de roupas? Sei lá, talvez ajude a gente a se preocupar menos com o padrão que já existe. Descobrir meios e soluções que sejam adequados àquela peça sim si.
E na criação, a troca do rearranjo do preexistente pela novidade radical.
Chique.
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